quinta-feira, 20 de junho de 2013

Análise Desfile – Gareth Pugh A/W 2013



Styling: Katie Shillingford
Hair: Martin Cullen
Make up: Alex Box
Casting: Kannon Rajah
Set design: Simon Costin
Music: Matthew Stone
Show production: La Mode En Images
Nails: Marian Newman
 
O desfile aconteceu em Paris, em fevereiro de 2013. Sua locação foi no Hôtel Salomon de Rothschild.
O tema da coleção Outono/Inverno 2013 de Gareth Pugh foi inspirado em Asgarda, tribo moderna composta por mulheres guerreiras na Ucrânia, país onde a violência sexual é fortemente presente. No espaço onde o desfile acontece, um salão grande, onde as cadeiras dos convidados ficam no mesmo nível da passarela. Todas as janelas do espaço são cobertas com pedaços de madeira, deixando pequenos espaços onde feixes de luz natural escapam e fazem a iluminação do desfile.
A beleza do desfile é pálida, com olhos suaves e bastante esfumaçados. Os cabelos são presos com bastantes fios soltos de forma bem heterogênea. Nesse ponto, a intenção pode ter sido de provocar certa feminilidade descompromissada, casual.
A cartela de cores do desfile começa com looks brancos totais, depois são inseridos o preto, cinza e azul.









A modelagem lembra em alguns aspectos, roupas samurais. A silhueta alongada, combinada com formas estruturadas e com volumes provoca certa imponência. As formas também provocam certa ideia de proteção às modelos. Dessa forma, coleção enfatiza a posição da mulher como guerreira, mas não como desprovida de feminilidade ou vulnerabilidade.


 



Fontes: http://www.style.com/fashionshows/complete/F2013RTW-PUGH;
            http://models.com/mdx/gareth-pugh-fall-winter-2013/

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Resumo - Aristóteles, por Gustavo Bonfim

A filosofia de Aristóteles se baseia em quatro aspectos importantes: a lógica (Organon), filosofia teórica (metafísica, ontologia, teologia, matemática e as ciências da natureza), a filosofia prática (política, ética, estratégia, economia e a retórica) e a Poiesis (tecnologia e a estética, abrangendo técnicas artísticas e suas representações). 

Assim como Platão, suas ideias são divididas em três fases:
A cópia na arte, para Aristóteles, é voltada para ênfase e evidência do trabalho, não se caracterizando como algo condenável.
A crítica metafísica à teoria de Beleza de Platão.
A catarse, ação purificadora da arte.

Ao contrário de Platão, ao estudo da estética de Aristóteles tem seu foco na arte, suas derivações, práticas e técnicas. A produção artística tem como objetivo acrescentar algo de belo na natureza, aperfeiçoando-a. Este é o princípio do hilemorfismo, onde hyle (matéria) + morphé (forma) + finalidade = catarse (purificação da alma).

A produção artística se baseia na ideia dos objetos, que já estão na natureza e que, para o artista, merecem ser retratados. Mas para isso, necessita-se de talento, técnica e conhecimento. Para retratar algo belo é preciso saber que beleza se aplica apenas com as medidas certas, harmonia perfeita, e perfeição, em geral.


Assim como Platão, Aristóteles determina a Beleza de um objeto através das suas características, objetivamente.

BONFIM, Gustavo. Notas sobre Design e Estética. 2001.33p a 36p. PUC-Rio, Departamento de Artes e Design.

Resumo - Cap. 4 "Teoria Aristotélica da Beleza", de Ariano Suassuna

Mesmo como discípulo de Platão, a visão teórica realista de Aristóteles é um tanto quanto oposta à de seu mestre, que era idealista. A Beleza para Aristóteles é definida a partir de um conjunto de características harmoniosas, equilibradas.

Essa sua teoria da Beleza, pode ser justificada através de sua visão de mundo, como uma luta incessante para manter a Harmonia e a Ordem vitoriosas sobre o Caos, de onde o mundo teria se originado. Por essa razão, características harmoniosas seriam exaltadas, e tudo que possuísse tais características, seria perfeito e, consequentemente, Belo. Na desordem encontra-se o feio e o risível.
A Beleza, portanto, está ou não no objeto, através de seus dados e características, diferente da teoria de Platão, que a Beleza de um objeto lhe era conferida através de algo no Mundo das Ideias.

No estudo da Retórica, Aristóteles continua com sua mesma teoria, examinando as obras de artes através do ponto de vista do sujeito observador, ou seja, estuda a obra de arte a partir da experiência que o sujeito tem no ato de contemplação da obra. Na arte, Aristóteles considera a mímesis como uma representação positiva e não inferior como Platão acreditava, colocando a Beleza da arte como mera sombra da Beleza Divina.

As três características principais que conferem Beleza a um objeto são grandeza, harmonia e proporção e frase “a unidade na variedade” seria a fórmula aristotélica para se definir a beleza.


SUASSUNA, Ariano. Iniciação à Estética. 9 Ed. Rio de Janeiro.José Olympio, 1972. 51p a 58p

domingo, 19 de maio de 2013

Resumo - Ontologia do Belo de Platão, por Gustavo Bonfim


Na ciência estética, a ontologia é responsável pelo estudo da origem, causa, essência e natureza das categorias estéticas que compõe o Belo Ideal. Essa Beleza Essencial é parte do Mundo das Ideias. Tudo que existe no mundo terreno não passa de uma imitação, imagem do objeto real que existe no mundo ideal (divino, bom, verdadeiro). Portanto, a beleza que existe no mundo dos homens é falsa, é apenas um caminho para o amor, único verdadeiro modo de se contemplar novamente a Beleza Absoluta.
Em relação à arte, para Platão, sua função é tentar retratar, recordar o que uma vez foi contemplado no Mundo das Ideias, suas formas verdadeiras aproximando a beleza terrena da beleza das essências. Por isso não acreditava na arte como forma livre de expressão individual, pois cria aparências desprovidas de essência.
Há também o conceito de estética da ordem, onde se pode alcançar a beleza através da simetria, harmonia, ritmo, medida, fatores que foram muito utilizados na arquitetura grega clássica e são utilizados até hoje em várias áreas de criação de produtos estéticos.
Além de se achar um objeto belo pelas suas características perfeitas, a funcionalidade também pode torna-lo belo, uma vez que cumpre sua função para a qual foi criado para exercer. A realidade deve sempre buscar se aproximar da idealidade.

BONFIM, Gustavo. Notas sobre Design e Estética. 2001. 27p a 32p. PUC-Rio, Departamento de Artes e Design.

sábado, 18 de maio de 2013

Resumo do Capitulo 3 - "Teoria Platônica da Beleza", por Ariano Suassuna


Para Platão, a Beleza Absoluta é proveniente do Mundo das Ideias. Esse mundo Ideal, do qual todas as almas contemplaram, constituía-se de Beleza, Verdade e Bondade. Não mais habitantes desse mundo, a alma como parte de um corpo material (visto como castigo), procura a Beleza Absoluta no mundo terrestre, caracterizado como um mundo de ruínas e decadência.  
Nesse mundo (de ruínas), tudo que existe não passa de uma imagem, de uma imitação do objeto verdadeiro, existente no Mundo das Ideias. O objetivo do ser humano, para Platão é retornar ao mundo onde há perfeição em tudo, vivendo, portanto, sempre na busca.
Esse saudosismo do indivíduo em relação à Beleza Absoluta (parte da teoria platônica da reminiscência) faz com que ele seja sempre atraído pela beleza, mesmo terrena, em busca de novamente contemplar a Beleza Ideal. Para Platão, isso só pode acontecer através do amor.
Em relação ao amor, Platão tem a teoria da androginia que diz que todos os seres eram andróginos, providos dos dois gêneros. Uma vez separados, cada alma procura sempre pela sua metade, para unirem-se mais uma vez. Esse seria a ideia do amor carnal, que seria um amor primitivo, no qual o indivíduo é atraído apenas pela beleza do outro corpo. Esse amor, mais superficial é predisposto à ruína, já que a beleza dos corpos se esvai, é decadente.
O estágio de aperfeiçoamento desse amor é aquele no qual passa a contemplar a beleza da alma, a sua moral e seus costumes e passa a vê-la como superior à beleza corpórea. Nesse estágio de amor, arrebatador, o indivíduo tem o espírito sempre fortificado e enriquecido, conhecedor do êxtase e da Beleza Absoluta, a única verdadeira e boa. Nesse caso, o ser passa a enxergar, ou melhor, recordar de tudo que é belo, verdadeiro e bom.

SUASSUNA, Ariano.Iniciação à Estética. 9.ed.Rio de Janeiro.José Olympio, 1972. 43p a 49p.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Resumo do Texto - "Estética: Introdução Conceitual"


 No cotidiano, os conceitos de beleza e estética são vulgarmente relacionados à beleza física, e tudo o que diz respeito a ela. Já nos campos de arte e design, são tratados como substantivo e remetem a estilos artísticos.
Os significados específicos desses termos, porém, são do campo da Filosofia. O ramo de estudo da Estética tem como objetivo dar significado ao conceito de beleza e a reação que causa nos indivíduos. A arte é uma importante ferramenta de estudo para esse ramo, já que se responsabilizou, ao longo da história, de retratar os padrões de beleza vigentes em cada cultura e época.

A questão de definir o que é beleza, na arte, foi discutida por diversos filósofos.
Para Platão, beleza é ligada a essência ideal e ao seu caráter sensível.
Durante o Classicismo, foi criado um padrão de beleza, ao qual todas as obras de artes deveriam retratar. Haviam características específicas para serem avaliadas para tal objeto ser considerado belo ou não. Dessa forma, o conceito passa a ser objetivo, já que não depende da percepção e do julgamento de cada observador.
Já o empirismo defende a beleza relativa, dependendo do gosto de cada um. Nesse caso envolve-se mais a subjetividade.
Para Kant, beleza deve ser relacionada a um momento de prazer, apreciada pelo sujeito. As variáveis se tornam as experiências de cada indivíduo e sua formação, e as relações que fazem a partir delas com o objetivo estético.
Hegel introduz uma versão mais democrática, na qual aceita que as definições de beleza devem ser relativas à cultura e à época vigentes, diferenças quais que se refletem na produção artística local.
Na contemporaneidade, temos uma visão a partir da fenomenologia, que percebe a arte como o fenômeno da contemplação, que engloba o espectador e o objeto artístico, que é belo ou não dependendo do cumprimento de sua proposta. Portanto, cada objeto tem suas próprias características que o tornam belo, não existindo padrões formais.
A relação entre feio e belo torna-se clara, então. Não se pode haver obras de arte feias, uma vez que precisam seguir fielmente à ideia de seus criadores para serem arte, e consequentemente, belas.

Portanto, a avaliação da beleza de cada objeto está sujeita a cada indivíduo, criando um número inestimável de diversidade de opiniões, criando oportunidade para as diferenças e o preconceito. Precisa-se manter uma mente aberta para perceber cada objeto sem influência de fatores externos que possam interferir num julgamento claro e justo.